Nos últimos meses de pandemia notei na mídia diálogos de pessoas formadoras de opiniões e ainda autoridades versando da manutenção do começo de uma retomada de rotina diante de um possível fenômeno social o qual denominam de o “novo normal” no que se refere às futuras condutas na prevenção do contágio do vírus que atualmente nos assombra.
Chama atenção na tv a existência de uma enorme corrente positiva de solidariedade com a prática de doações diversas partindo de empresas, pessoas comuns e artistas em prol de órgãos filantrópicos e pessoas em necessidades financeiras.
Notei também que alguns poucos bancos, principalmente os maiores, tem divulgado alguns poucos milhões de reais em doações para ajudar a sociedade brasileira, havendo até, um destes que em nome de um grupo de empresários fez questão de divulgar em horário nobre na tv a doação de 1 bilhão de reais para hospitais e comunidades, o que me faz entender que a sua parte foi de alguns poucos milhões de reais desse inteiro.
Vale lembrar que, de um modo geral, os bancos brasileiros nunca perdem nada nas relações comerciais com seus consumidores e, somente cogitam prejuízos na teoria, pois, – na prática, cada um deles, sempre projeta lucros não tão somente alguns poucos milhões de reais, mas sim, de muitos e fartos bilhões e bilhões de reais líquidos a cada mês.
E, há décadas de posse da ferramenta viciosa de gerar lucros abundantes de bilhões e bilhões de reais mensais no picadeiro consumerista brasileiro e, sentado na primeira cadeira, eu assisto o espetáculo ínfimo de os bancos brasileiros doarem alguns milhõezinhos a sociedade em época de pandemia como no mínimo uma chacota sem graça, mesmo porque, eu não me iludo e sei que no inicio do “o novo normal”, – os bancos brasileiros não hesitarão em deflagrar, em breve, a retomada das suas “velhas práticas” que consistem em uma desmedida ditadura financeira que explora sem piedade a vulnerabilidade do frágil cidadão consumidor no circo financeiro brasileiro.
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