A Serasa foi criada no ano 1968 por iniciativa da Febraban – Federação Brasileira de Bancos e o nome Serasa é um acrônimo para Serviços de Assessoria SA, com o proposito de cooperar com os bancos brasileiros, unificando controles e inovando critérios práticos na gestão de riscos no sistema financeiro nacional, visando amplo suporte aos bancos e, a ideia inicial do seu idealizador na época nunca foi de formar um cadastro de maus pagadores e, em pouco tempo após de sua criação, a empresa foi renomeada como Serasa – Centralização de Serviços Bancários.
Nos anos 1990, a empresa se expandiu e passou a atender pequenas e médias empresas disponibilizando acessos aos seus serviços de dados, antes restritos apenas às grandes corporações e bancos e, no ano de 2001 a Serasa torna-se uma empresa certificadora, única de capital totalmente nacional a disponibilizar o serviço de certificação digital no Brasil.
Em 2007 um grupo irlandês comprou uma parte da Serasa que e, em 2012 assumiu o controle total da empresa expandindo seus serviços para vários países e hoje é considerada uma das empresas mais inovadoras do mundo e, por isso, – agora lança uma nova plataforma online, um modelo de shopping center virtual com acesso a múltiplas ofertas de empréstimos e cartões de crédito de diversas empresas, muitas dezenas, parceiras como bancos e financeiras, – uma espécie de múltipla correspondente bancária, um tipo de intermediadora de luxo dos serviços bancários.
Isso é um absurdo!…Eu como consumidor cidadão fico estupefato, pois, é evidente que a quase santa Serasa não é boba e, mesmo certamente negando, vai se aproveitar da proximidade da postura e da elevada intimidade com os bancos para se utilizar do seu vasto e valioso cadastro de consumidores, com amplos perfis, para explorar muitas vantagens nessa capitania hereditária financeira chamada Brasil.
Está muito claro que a Serasa como foi criada ontem e a de hoje sempre esteve encravada na intenção de beneficiar os bancos, tolo quem acreditava o contrário, – a Serasa tem sangue de banco, contudo, agora está escancarada a parceria e, no meu entender essa cumplicidade exibe um gravame, pois, o incentivo às compras dos produtos e serviços dos bancos gera um aumento na captação de clientes que permanecem sem proteção devido à confusão gerada sobre a quem compete à responsabilidade da contratação dos novos produtos.
E, ainda vale lembrar que, ao longo dos últimos 53 anos a Serasa cultivou a imagem de parceira dos consumidores brasileiros, alimentando aos mesmos o folclore de limpadora de nomes sujos, porém, a máscara está caindo, admitindo que boas intenções não valem nada, pois, a partir de agora, o foco seria bajular receitas fartas, como assim também reportam os seus parceiros bancos e, o canto desta sereia pretende ecoar em novos e fartos mares.
Ao indicar um financiamento ou produto, a Serasa está atraindo o consumidor bancário a cair diretamente nas garras dos bancos seus parceiros e ao mesmo tempo induzindo o mesmo acreditar que a sua recomendação seria segura e, com esse gesto ingênuo de mentira estaria acionando sua ambição plena, como lobo em pele de cordeiro, pois, estaria conduzindo este consumidor ao centro de um poço com fundo infinito, digo, no inferno financeiro que certamente será devorado vivo pela fome diabólica dos bancos, enquanto a Serasa e estes parceiros continuarão a zombar da vulnerabilidade desassistida de todos esses consumidores bancários.
É lamentável que uma empresa com projeção mundial que investe bilhões no mercado, – vem do outro lado do mundo em busca de riquezas através de parcerias com bancos que não possuem o mínimo de respeito à sua própria consciência e acintosamente exploram e esfolam vivos, consumidores vulneráveis.
Lamentável também é saber que, os poderes constituídos nada fazem para neutralizar o espetáculo diverso de abusos no palco consumista brasileiro, onde uma minoria rica é parte dominante dessa festa e as grandes empresas não hesitam em meter a mão no bolo e juntos todos tiram uma lasquinha generosa no consumidor bancário brasileiro, que, além de ser um tolo escravo financeiro, – está cada vez mais lascado!
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